Já não é a primeira segunda-feira que sou surpreendido, no escritório onde trabalho, por este som em forma de toque polifónico. Confesso que, da primeira vez, achei engraçado.
No entanto, rapidamente me apercebi que a utilização deste toque obedecia a um padrão de acontecimentos. O colega de trabalho que o utiliza, é de Braga, simpatiza com o Braga e, como bom bracarense que é, tem no Benfica o clube do seu coração. E, às vezes, o coração destroçado (como este lindo fim-de-semana, de gelo na Luz e neve em Lisboa).
É aqui que entra o dito toque. O chamado toque-escapatória, ou toque-quem-eu-benfiquista? Braaaagaaa!!!!
"É golo, é golo do Braga, ... lá-rá-lá, lá-rá-lá...", ouve-se pelo escritório. E ninguém atende. Repete. Duas, três vezes.
Sinceramente, fico surpreendido com os mecanismos de defesa que está espécie de adepto desenvolve. Bem que podiam transmitir alguns ensinamentos ao Alcides e ao Luisão.
De qualquer maneira, eu finjo que não percebo. Deixo-o a sofrer, sem saber se a estratégia de desviar as atenções resultou, ou não. Sem saber se, na terça-feira, já pode pôr o toque habitual, se eu me esqueci de gozar com ele ou se acreditei que ele era bracarense...
Confesso que, cada vez mais, acho piada a estas segundas-feiras...